"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí, entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número, e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente." (Carlos Drummond de Andrade)
E com toda essa esperança industrializada, parece que as pessoas não se preocupam com os detalhes que realmente tem importância. Apesar do final do ano, a gentileza que costumava brotar no coração das pessoas (pelo menos nesta época) ainda está adormecida. E será que ela vai acordar?
As luzes que enfeitam as casas já não aparecem tanto. A cidade e seus bairros residenciais continuam os mesmos de sempre, na rotina habitual, sem alegria e com a pressa de todos os dias. Parece que as pessoas não tem mais ânimo nem para decorar sua casa e chamar a alegria da época. As crianças vão às lojas escolher seus presentes e todo o encanto do Natal fica no caixa da grande loja.
Por toda essa situação, meus olhos se enchem de lágrimas quando veem algo, mesmo que seja muito sutil, como um simples Papai Noel na rua, fora dos shoppings centers, distribuindo seu carinho, tentando salvar a última lembrança do verdadeiro Natal.
Quero assim, deixar registrada minha vontade: "Quero de volta a esperança do Natal, a gentileza, mais luzes no corações. Quero a esperança IN NATURA, sem estar embrulhada em uma caixa cara, com um laço bonito."
Deixe você também seu Desejo de Natal registrado! Vamos recuperar nossa essência.