quarta-feira, 22 de abril de 2009

vestido e viagem

pronto.
mais duas coisas do casamento estão acertadas.

a primeira é a viagem de lua-de-mel. não vejo a hora de chegar outubro pra viajar.
e vamos ficar aqui no Brasil mesmo, aproveitando um lugar que parece muito lindo (lá para as bandas do nordeste), curtindo o serviço de praia que o resort oferece (dentre os outros serviços), sem ter que se preocupar com mais nada.

a segunda é que comprei meu vestido para o casamento. como eu não queria um vestido propriamente de noiva,  cheio dos bordados, saia rodada, etc (não tenho nada contra quem gosta disso, mas definitivamente não tem a minha cara), a melhor opção foi andar um pouquinho procurando e comprar.
eu já tinha visto para alugar em uns 4 lugares, mas o preço era absurdo (de R$ 700 a R$ 1800)... só para usar durante uma noite.
conclusão que fiz um bom negócio procurando um modelo com a minha cara. economizei uma boa grana, vou ficar do jeito que eu queria e, de quebra, o vestido é meu (posso aproveitar do jeito que for melhor depois do casamento).

pronto. agora já consigo dar os próximos passos com as coisas do casamento.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sobre tecnologia, tempo e questões da vida moderna

Há algum tempo venho pensando sobre o assunto. Agora resolvi escrever. Não posso dizer que isto é algum tipo de teoria, porque muitas pessoas já pensaram sobre isso. Depois de fazer as duas últimas postagens sobre (ou contra) o Twitter, agora resolvi apresentar o que penso sobre algumas coisas relacionadas a tecnologia, tempo e questões da vida moderna.
Ontem a noite, ao final do programa Metrópolis (TV Cultura), foi apresentado o lançamento do livro "O tempo e o cão", de Maria Rita Kehl (psicanalista e escritora). Não li o livro ainda e não sei dizer se é bom ou não. Porém, a autora cita um verso do Poema "Aproveitar o tempo", de Álvaro de Campos (um dos heterônimos de Fernando Pessoa):

"Aproveitar o tempo!  
Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.  
Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.  
Meu canto (verbalismo!) está tal como está e é triste.  
Aproveitar o tempo!  
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.  
Aproveitei-os ou não?  
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!"

Associei imediatamente esse pensamento de aproveitar ao tempo à correria da vida moderna.
Fazemos tudo e não temos tempo para nada.
Os emails são rápidos. As conversas no msn são rápidas. O dia passa sem a gente se dar conta.
Há alguns dias eu li o artigo publicado no Blog Babel - "A depressão é um sintoma da vida veloz demais":

"A adaptação à velocidade contemporânea, que atropela os processos psíquicos mais delicados, da memória, do devaneio, da fantasia, da chamada vida interior, pode ter como preço a depressão.
A velocidade cria um vazio, e não um preenchimento. Pense numa semana em que você correu muito. A gente olha e parece que não aconteceu nada, parece que só o tempo voou por cima da gente.
O que eu fiz do meu tempo? Nada, só respondi a estímulos, a demandas, e aí vem o sentimento de desvalorização da vida.
...
Qual o papel da tecnologia nisso tudo? Ela agrava o isolamento?

A tecnologia propicia muitas relações, mas sem a presença corporal. E a pulsão vital do homem só se mobiliza diante do outro corpo.
Se ficar apenas mandando mensagens ou e-mails, você pode ficar num estado de esfriamento. Não é falar mal da tecnologia, mas ela não pode substituir o presencial.
Mas o que mais chama a minha atenção é o ritmo veloz que a tecnologia imprime à vida, a velocidade com a qual ela te solicita. A internet, o celular, o trânsito te solicitam sem parar.
Quando você dirige um carro na marginal, você não pode parar de responder a estímulos externos.
A imagem do motorista na auto-pista é uma espécie de metáfora do sujeito contemporâneo.
Ele não pode ficar para trás, não pode diminuir a velocidade e tem de estar atento a todos perigos e solicitações, numa permanente rivalidade com o outro."

E depois de tudo isso, vou começar a prestar mais atenção do que faço dos meus minutos e das minhas horas. E como a tecnologia tem que influenciado a viver freneticamente. Não preciso abandonar o blog, me tornar uma "out" do mundo, mas posso ficar longe do email por um dia todo e não preciso olhar as notícias nos grandes portais de 5 em 5 minutos.

E para terminar:

Da Economia do Tempo

"Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente?" Sêneca - Cartas a Lucílio 64 d.C.


quarta-feira, 15 de abril de 2009

Twitter pode deixar pessoas insensíveis, diz estudo

Notícia no G1

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1085564-6174,00.html

Twitter pode deixar pessoas insensíveis, diz estudo

15/04/09 - 08h29 - Atualizado em 15/04/09 - 08h29


As breves e constantes atualizações disparadas pela TV e internet – em sites como o Twitter e agregadores de notícias -- podem reduzir a moral das pessoas, além de torná-las indiferentes ao sofrimento humano. A informação pertence a um estudo da University of Southern California, divulgado nesta terça-feira (14) pela CNN.

 

De acordo com a pesquisa, esse tipo de notícia é muito rápida para ser processada pelo “ritmo moral” do cérebro, podendo assim prejudicar o desenvolvimento emocional dos jovens. Isso porque antes de o cérebro “digerir” completamente a angústia e sofrimento de uma história, ele já é bombardeado por novas informações.

 

“Se as coisas acontecem de maneira muito rápida, é possível que a pessoa nunca experimente por completo as emoções relacionadas ao estado psicológico de terceiros. Isso teria implicações para a moral”, afirmou a pesquisadora Mary Helen Immordino-Yang, segundo a CNN. A pesquisa será divulgada oficialmente na próxima semana na “Proceedings of the National Academy of Sciences Online Early Edition”

Para chegar às conclusões do estudo, os especialistas analisaram como voluntários responderam a histórias reais selecionadas para estimular a admiração por virtudes e habilidades, além de compaixão por dores físicas e sociais. A análise cerebral mostrou que eles responderam rapidamente a sinais de dor física nos outros, mas levaram mais tempo para manifestar admiração e compaixão.

 

“Para alguns tipos de pensamento, especialmente decisões morais relacionadas a situações psicológicas e sociais envolvendo terceiros, precisamos de tempo suficiente para refletir”, disse Immordio-Yang.

 

De acordo com ela, o estudo questiona o custo emocional, principalmente entre os mais jovens, do uso intensivo de serviços via TV e internet de constante atualização. “Precisamos entender como a experiência social molda as interações entre o corpo e mente, para que possamos assim educar cidadãos com uma moral fortalecida.”

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Esse tal de Twitter virou febre, todo mundo querendo saber o que o resto do mundo está fazendo. Aliás esse é o slogan deles "What are you doing?". 
Ah? O que eu estou fazendo? Já chega meus superiores perguntando isso e eu tentando dar conta de tanto trabalho. 
Imagina "um zilhão" de pessoas na internet querendo saber o que estou fazendo... 
tentando dar conta do meu trabalho e  ainda tendo que contar isso para um bando de curiosos.
E no meio da minha revolta com essa estupidez de bisbilhotar a vida dos outros, li o texto do Xico Sá (aliás, recomendo o blog dele - http://carapuceiro.zip.net/)
Então faço das palavras dele as minhas (com todo o devido respeito e citação).

(postado em 29/03/2009 por Xico Sá)
NÃO ME SIGA, NÃO SOU NOVELA
“Acordei, fui ao banheiro...”
E eu com isso, meu amigo, você diria, ai na sua moita existencial, nem ai para o que se passa na vida de seu ninguém.
“Dei a descarga...”
E daí, colega, não fez mais que o recomendável pela boa educação materna.
“Bebi um copo d´água...”
Peraí, meu rapaz, que diabos eu tenho a ver com isso? Sim, eu sei, ingerir o precioso líquido nas primeiras horas da manhã é um hábito saudável, mas entorne o seu copázio lá com as suas negas, não careço de tais notícias particularíssimas, vê se me erra, camarada.
Fosse pelo menos uma daquelas garrafas do velho Anísio Santiago, aí sim, até levaria uns torresmos, um marreco, um ponche, um capote para o banquete na taverna.
“Agora suco de laranja com torradas e queijo fresco, light, claro...”
Certo, amigo, você se cuida, seguramente vai morrer cheio de saúde –pense em um defunto rosado!-, mas não carece encher o saco dos outros.
E por ai segue a narração, tintim por tintim, de tudo que se passa na vida da tal criatura. Só não comunica das suas humaníssimas ventosidades intestinais e traques do gênero. O resto vale na miudeza cotidiana.
Eis o espírito da mais nova modinha da Internet, meu jovem, o tal do twitter, que você, novidadeiro por excelência, já deve ter enfadado de ouvir falar.
A moral desta rede de relacionamentos é o troca-troca de mensagens rápidas sobre o que cada um está fazendo a cada minuto. Uma leseira monstra com milhões de seguidores do mundo inteiro. De Nova York à lan house da pracinha de Solidão, Pernambuco; do Recife a Bodocó; de BH a Veredinha; de Fortaleza aos sertões dos Inhamuns.
Tal rebuliço virtual me faz lembrar um velho conselho, ainda em voga em algumas plagas: “Mata uma galinha gorda e chama ele/ela para conversar em tua casa”.
Era apropriado às ocasiões em que as pessoas se demoravam muito ao telefone ou conversavam, por exemplo, de um carro para outro, atrapalhando o tráfego. Conveniente também quando o freguês entretinha o balconista em uma animada prosa ou a mocinha contava a sua vida inteira para a outra mocinha do guichê de atendimento público.
Sim, amigo, a mania de fazer do simples e transparente gesto de beber um copo d´água manchete dos novos tempos já possui até um verbo abrasileirado: tuitar. Eu tuito, tu tuitas, ele tuita...
É muita perobice ou não é, meu velho?
Por via das dúvidas, fica valendo a lição preventiva da filosofia do antigo pára-choque: “Não me siga, eu não sou novela.” E tenho dito.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Miss imperfeita

Recebi o texto por email. Sei que ele teve grande repercussão na internet, mas eu nunca tinha lido. Eu ainda não sou assim (infelizmente)... ainda não sou Culpa Zero.

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado,  decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário. 
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante' .
(Martha Medeiros - Jornalista e escritora)