quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Esperança industrializada

O meio do mês de dezembro se aproxima. Automaticamente algumas palavras de Drummond aparecem na minha mente:

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí, entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número, e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente." (Carlos Drummond de Andrade)

E com toda essa esperança industrializada, parece que as pessoas não se preocupam com os detalhes que realmente tem importância. Apesar do final do ano, a gentileza que costumava brotar no coração das pessoas (pelo menos nesta época) ainda está adormecida. E será que ela vai acordar?
As luzes que enfeitam as casas já não aparecem tanto. A cidade e seus bairros residenciais continuam os mesmos de sempre, na rotina habitual, sem alegria e com a pressa de todos os dias. Parece que as pessoas não tem mais ânimo nem para decorar sua casa e chamar a alegria da época. As crianças vão às lojas escolher seus presentes e todo o encanto do Natal fica no caixa da grande loja.
Por toda essa situação, meus olhos se enchem de lágrimas quando veem algo, mesmo que seja muito sutil, como um simples Papai Noel na rua, fora dos shoppings centers, distribuindo seu carinho, tentando salvar a última lembrança do verdadeiro Natal.
Quero assim, deixar registrada minha vontade: "Quero de volta a esperança do Natal, a gentileza, mais luzes no corações. Quero a esperança IN NATURA, sem estar embrulhada em uma caixa cara, com um laço bonito."

Deixe você também seu Desejo de Natal registrado! Vamos recuperar nossa essência.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Campanha "Doe um livro no Natal"




Este post é para divulgar uma campanha muito legal - "Doe um livro neste Natal". Fiquei sabendo dela por meio de um dos meus alunos da faculdade, que está ajudando a divulgar também (www.comercioararaquara.com.br). Então vamos embarcar nessa.
Se você tem um livro na sua casa, esquecido em algum canto, que já está servindo de peso de papel ou acumulando poeira: Doe! Vamos ajudar a melhorar a educação no Brasil!
Doe para alguma biblioteca municipal ou escola pública da sua cidade. Não é um sacrifício tão grande levar um livro até a biblioteca ou escola mais próxima. Vamos ajudar!

Esta campanha tem como Idealizador e colaboradores:

Autor do Projeto: Heber Dias de Sousa – Contagem MG

Coordenadora: Laura Furquim Xavier – Belo Horizonte – MG

Divulgação: Dr. José Luis Goldfarb (curador do Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro desde 1991 e coordenador de diversos projetos de incentivo à leitura no Brasil) – São Paulo – SP

Aos interessados pela campanha, outras informações podem ser encontradas no seguinte endereço:

BLOG

http://doeumlivrononatal.blogspot.com/

(a figura deste post foi feita por um aluno meu também. Linda, né?)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quem sou eu?

Agora de manhã consegui tirar 5 minutos para mim e fiz visitinhas a alguns blogs dos queridos colegas. Eu já estava com a idéia de escrever um post sobre o assunto e quando li o ultimo post da Mari (http://sopadeletrinhas-sopa.blogspot.com/) foi o último empurrãozinho para isso.

E a pergunta veio do orkut mesmo: Quem sou eu? A resposta é: depende. Depende em que qual situação e qual minha posição naquele momento.
Normalmente somos vários ao decorrer de um único dia. E são muitos os "nomes" que recebo também.
Eu acordo sendo a "minha linda" do meu marido. Assim que chego ao laboratório onde faço minhas pesquisas, eu sou a Camila para a maioria do pessoal (e aqui existem algumas variações no sotaque, que vai desde um "Camila" com sotaque mineiro, até um "Cãmila"), mas também sou a "Cá" para alguns amigos e "Mi" para nossa secretária. Quando estou trabalhando eu sou a "chefa", como dizem alguns alunos, bem como a "coordenadora". "Professora" é também um dos meus papéis. "Camilinha" para outros amigos (apesar dos meus mais de 1,70 de altura). "Classuda" então é uma das últimas classificações que recebi de uma amiga (que agora deu pra me chamar assim). Já fui a "Bocão" na adolescência e num passado mais distante eu era a "Camilim" para minha bisavó.
E nessa mudança constante ao longo do tempo, a verdadeira Camila vai sendo formada, moldada, trabalhada, tentando assim melhorar sempre.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Finalmente de volta

É isso aí. Estou de volta e com saudades do blog e de vocês, queridos!!!
Deu tudo certo. A festa de casamento já foi... e foi ótima! Foi muito bom compartilhar aquele momento com os amigos e parentes queridos. Adorei tudo.
A lua-de-mel, foi melhor ainda. Ah... e por falar em lua-de-mel, Paris estava linda, como sempre. Dias lindos e frios, muito vinho, boa comida e maravilhosa companhia.
Revi lugares maravilhosos e conheci outros. Aprendi a falar o básico em francês para ser educada. E as palavras mais ouvidas sem sombra de dúvida são "Merci", "Excusez-moi", "Pardon" e "Bon jour".
Percebi que os franceses não são mal-humorados ou mal-educados. Eles são "blasé", indiferentes e muito comedidos em seus gestos. Mas quando são solicitados, são muito simpáticos e educados. Educação que aliás sempre me chama a atenção. Ao cruzar com você no corredor do hotel, ao atender um guichê ou no caixa do supermercado, eles sempre falarão: "Bon jour" ou "Bon Soir" e um "Ça vá?". Se algum deles esbarrar com você no corredor do mercado, mesmo que seja minimamente, ele te olhará e dirá "Pardon, c'est moi". Se você encontrar com algum deles em uma porta, ele abrirá a porta para você e dirá "Allez ici".
Também tive certeza que viagens para fora do país são ótimas para abrir nossos horizontes. Como diria Clara-Luz (do livro infantil: A fada que tinha idéias): Existe mais de 10 horizontes. Está sonhando é quem só vê um.
Constatei também que gosto muito de obras de arte, mas minha paixão está no Impressionismo e nas obras, principalmente, de Renoir e Monet. Me emocionei com a idéia e os detalhes do quadro de Delacroix: A liberdade guiando o povo. Gostei muito de conhecer detalhes da história que acabei deixando de lado nas aulas do ensino médio. Tive a honra de visitar lugares onde tantas coisas descritas nos livros já aconteceram. Quantas intrigas e histórias de amor não foram tramadas no Jardim de Versailles...nos mesmos caminhos onde também andei.
E são tantas experiências, tantas memórias que não seria possível descrevê-las. Esse é um patrimônio só meu, que, por mais que perca tudo de material, ninguém vai poder tirar de mim.
Mas é bom estar de volta. Voltei à loucura do trabalho e do doutorado. Mas eu gosto muito de tudo isso.
Espero falar com vocês novamente com mais frequência.







terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pés no chão e cabeça na lua

É assim mesmo que ando me sentindo. Estou com os pés no chão, mas só no sentido literal. A cabeça anda perdida em algum lugar, talvez na lua. O corpo anda dolorido, porque só lembro dele quando dói.
Faltam 4 dias para meu casamento e nada faz muito sentido. Esqueço as coisas que coloquei na bolsa, pego o telefone e já não sei para quem ia ligar. Choro achando que não vou dar conta de tudo o que precisa ser feito até sábado (não só as coisas do casamento, mas também do trabalho, do doutorado e da minha casa)... fico sem fome e depois tenho vontade de comer muita coisa. Durmo e acordo assustada no meio da noite porque esqueci alguma coisa.
O que realmente espero é que depois do dia 3 de novembro as coisas voltem ao normal, que eu volte à minha loucura normal diária. Que eu consiga ler os blogs dos amigos na hora do almoço, sem me preocupar se vai dar tempo de terminar o trabalho dia. No meio da tarde, comprar um sorvete só para espantar um pouco o calor e o sono... e aproveitar cada pedacinho. Cuidar das coisas da casa com cuidado e depois aproveitar o tempo restante no sofá, com um bom livro e vinho.
Um dia as coisas voltam ao seu lugar e volto a postar coisas mais interessantes.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um casamento e um tango

Aqui estou eu, em alguns momentos antes de ministrar minha aula de sexta-feira a noite (sim, eu sou a carrasca que segura - ou tenta - os alunos na faculdade em plena sexta-feira a noite). Busco mais algumas coisas de casamento na internet. O tempo passa muito depressa e muitos detalhes ainda precisam ser vistos.
Me deparo com um site de uma fotógrafa de casamentos (e pelo jeito é muito bem conceituada). As fotos vão aparecendo, uma a uma, ao som de um tango.
Sim, um tango... e tudo combina muito bem. Penso que um tango é algo que combina com o momento pré-casamento. Afinal, segundo a definição o tango é "EL SENTIMIENTO TRISTE QUE SE BAILA". Mas eu não interpreto triste ao pé da letra, mas sim como algo de sofrimento, de esforço. E depois de tudo isso você tem uma bela coreografia.
Então eu continuo aqui, compondo os acordes do meu tango.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Twitter


Muito bem, já que fui obrigada a me render ao Twitter por causa do trabalho, resolvi colocar as atualizações dele aqui também (lá no final da coluna).

Sabendo usar, ele é uma boa ferramenta. Agora vocês podem ler também algumas dicas que passo para meus alunos e seguidores em geral. A maior parte dos posts são sobre Design, TI e Web.
E se alguém quiser, fique a vontade para seguir:
twitter.com/designdigital

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pedido

"Garçom, será que você poderia me trazer uma dose de ânimo?"
Sabe como é, segunda-feira de manhã, tanta coisa a ser feita e nenhuma coragem para dar andamento às coisas.
Será que não existe "ânimo em pílulas"? Quem inventar, fica rico.
Queria também que no momento eu tivesse um mundo particular e pudesse só cuidar das coisas do casamento... tirar umas merecidas férias e poder acertar tudo com muita calma.
Mas o mundo real chama. Os emails de alunos não param de chegar. O prazo do doutorado não para de correr. As decisões não podem esperar minha vontade.
E enquanto tento digitar algumas poucas palavras aqui, sonho com um café em Montmartre.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Férias forçadas

Tive que tirar alguns dias de férias forçadas e ficar em casa. O motivo disso: gripe A.
E nem dá para saber de quem a gente pegou. Só sei que ela apareceu no sábado passado, acompanhada de febre e muita dor no corpo. Aí veio a tosse chata e uma dorzinha de garganta. E lá se foi todo meu final de semana de descanso... e eu nem imaginando que era a tal gripe.
Na segunda-feira de manhã resolvi procurar um médico. Primeiro eu fui até ao pronto-atendimento da Unimed e pensei que isso fosse ajudar em alguma coisa, mas tive somente a confirmação que o serviço de saúde pago muitas vezes deixa a desejar. O médico que me atendeu disse que eu deveria procurar um reumatologista (??????).
Então fui ao chamado Hospital-Escola da cidade, que demonstrou ser um serviço público de saúde com médico mais capacitado do que a Unimed (pelo menos naquele momento). Lá, eu fui atendida e diagnosticada para a famosa gripe. É bem verdade que, no meu caso, os sintomas foram mais leves. Só precisei de medicamento para tirar a dor no corpo (que era intensa, não tinha a menor vontade de me mexer) e não deixar a tosse chata virar outra coisa mais sérias.
Eu segui tudo conforme mandam as indicações: fiquei em casa, quieta, me alimentando bem, tomando muito líquido e os medicamentos.
Hoje estou voltando à ativa e agora só faltam 29 dias para meu casamento. Na verdade, eu agradeço por ter essa gripe antes do casamento. Imagina só ficar assim bem na semana do casamento ou da lua-de-mel???

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Defeitos

Em alguns dias eu fico tentando me avaliar e ver se melhorei em algo. E em muitas dessas vezes isso acontece quando observo um defeito muito chato de alguma pessoa... e já que dizem que o mais incomoda nos outros são os nossos próprios defeitos, conclui-se que meu defeito é phod(...) também.
E lá vou eu revirar as minhas gavetas da mente, aquelas que ficam lá no fundo e que a gente nunca gosta de arrumar, porque sabe que sempre vai encontrar algo que não queria.
Ultimamente, os defeitos de uma pessoa bem mais velha andam me incomodando. E como diria minha bisavó, que desde que eu era pequena ela já avisava: Eu não tenho tramela na língua (para quem não sabe o que é tramela eu digo: um tipo de trava, que se usava nas portas de antigamente).
Lá vou eu e acabo dando umas boas respostas para a pessoa. Tá bom que a pessoa merece ouvir algumas coisas, mas não sei se da minha boca. Dizem também que a boca fala daquilo que o coração está cheio... e é nessa hora que fico pensando.
Acho que preciso limpar meu coração de algumas coisas. Acredito que só assim é que vou falar coisas melhores.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Últimos dias


Faltando um pouco mais de 1 mês para o casamento, minha cabeça quase não consegue pensar em outra coisa. Sabe aquele pensamento que preenche qualquer momento de possível descanso ou troca de tarefas?
Eu acho que estou meio "noiva neurótica", mas depois de ver muita coisa na internet estou mudando essa opinião... Tem noiva que fica escolhendo tudo... até o tipo de sapato/sandália que a madrinha vai usar. Totally crazy.
Para quem nem queria festa de casamento, até que decidi muitas coisas... mas tudo com a minha cara, lógico.
Nada de cerimônia religiosa. Só um tio muito querido vai falar algumas palavras no local da festa mesmo.
A festa será em uma casa noturna da minha cidade natal e não começa antes das 22h.
Sobre os adereços que vou distribuir na festa, não tem nada muitro tradicional... a única coisa tradicional (utilizada em outros casamentos) que consegui escolher foram as pulseiras de neon. O resto eu nunca vi em outros casamentos. Bem minha cara mesmo...
Eu não quero uma festa perfeita... até porque isso não tem jeito mesmo. Eu só quero uma festa legal, com as pessoas que mais gosto por perto.
Agora eu fico aqui, tentando me concentrar no trabalho: missão quase impossível.
PS: o primeiro presente já chegou e foi de uma pessoa mais do que especial, da super amiga e madrinha do casamento: Raq.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Música especial

Cá estou eu tentando escolher uma música para entrar no meu casamento.
Isso é difícil, hein?
Vou entrar junto com meu noivo. Então não vai ser a música da noiva... será uma música nossa.
E como somos muito ecléticos, gostamos de muitas músicas e é difícil fazer uma escolha.
Mas tem uma música que me deixa emocionada. Não é uma música de amor, nem de felicidade de uma casal, mas é uma música que toca de alguma forma minha alma. E a versão acústica, só no violão, cantada por 4 maravilhosas vozes, fica melhor ainda (o tal do Kurt Nilsen, que ganhou um programa Idol, é bom mesmo).

O Youtube desativou a incorporação dessa música em postagens. Então quem quiser ouvir terá que acessar o link mesmo.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pouco tempo

Tá bom, tá bom.
Eu sei que a falta de tempo não deveria ser desculpa para ficar tanto tempo sem escrever no blog. Ainda mais para uma pessoa que trabalha praticamente 10h por dia na frente de um computador.
Mas é assim mesmo. Emails, telefonemas, reuniões e por aí vai.
E no meio disso tudo ainda estão as coisas do casamento... ah sim... as coisas estão acontecendo e eu quase surtando.
Quando comecei a organizar as coisas do casamento, ouvi a mesma frase várias vezes de mulheres que já casaram: "É a melhor parte, escolher tudo, cuidar dos detalhes".
No momento eu estou com vontade de bater na próxima pessoa que disser isso para mim.
As mulheres que disseram isso, na época do casamento delas, não tinham duas funções no trabalho, não ficavam fora de casa 10h no dia e moravam na mesma cidade que vão casar.
Eu digo que essa não é a melhor parte!

Estou com olheiras que me fazem parecer um urso panda. E todo meu corpo grita, pedindo um descanso (físico e mental).
Faltando 2 meses para o casamento, só agora estou conseguindo distribuir os convites. Detalhe: eu fiz todos os convites. Posso afirmar que meus convites são personalizados, nenhum é igual ao outro, rs. Sempre fica um detalhe diferente.
Pelo menos o pessoal do buffet e do cerimonial estão saindo muito melhor do que a encomenda.
Mas o que eu estou esperando realmente é pela viagem de lua de mel (não sei dizer se lua-de-mel mudou a grafia com as novas regras...).
Eu e meu noivo resolvemos fazer uma loucura e mudar a viagem. Demos "adieu" para o nordeste e ficamos muito felizes com nosso novo destino: P-A-R-I-S. Lá vou eu novamente. Vou trocar o calor e belo céu do nosso nordeste por uns dias mais frios, mas com muito charme e muita luz (e claro, um bom vinho).
É o sonho por esses dias que me dá ânimo.
Espero conseguir tirar estas olheiras até o tão esperado dia.
E quem quiser dar uma voltinha pela Torre Eiffel, mesmo que seja virtualmente:
http://photo.photojpl.com/tour/08toureiffel/08toureiffel.html


au revoir para vocês.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Professora ou aluna?

E lá estava eu, na sala da Congregação de uma grande universidade estadual, junto com grandes professores e todo o pessoal da organização do evento. Ainda é estranho ser chamada de professora... mas é o que eu sou. Naquele momento eu era a representante do curso de Design Digital. Eu iria falar para vários vestibulandos e talvez decidir a carreira que eles vão tomar. Senti o peso da responsabilidade. Virei gente grande de verdade. Na maior parte do tempo ainda me sinto como aluna... doutoranda como sou.
Mas tudo correu bem. Fiquei feliz em falar para tantos futuros alunos (de qualquer faculdade).
Semana que vem estarei em um congresso nacional apresentando parte da minha pesquisa. Lá vou eu.

Ah... e as coisas do casamento estão andando melhor do que eu esperava. Logo faço outro post sobre isso.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aos amigos


Dia do amigo.
Gosto deste dia. Acho que esta é uma data importante a ser lembrada.
Lembrei que fiz uma postagem para meus amigos há um bom tempo atrás aqui no blog... e quando fui conferir a data levei um susto... mais de 2 anos.
Mas o sentimento continua sendo o mesmo. Amo meus amigos!
Sei que sou uma mala sem alça muitas vezes, esqueço o aniversário de alguns (sou péssima para lembrar datas, mesmo anotando na agenda), dou aqueles puxões de orelha que são lembrados por muito tempo, mas também sei rir ou chorar junto, sei dividir uma porção de batata fritas no final da noite quando os garçons estão esperando só a gente ir embora, sei acompanhar em silêncio quando nenhuma palavra se encaixa.
E acho que uma caixa de lápis de cor pode representar bem isso. Os amigos não são todos iguais, cada um tem sua cor e pode ser importante para ajudar em determinados desenhos da nossa vida.
É ótimo pode contar com todas as cores, mas se você não tiver todas disponíveis, misture algumas cores e crie combinações inusitadas. As vezes quebramos a ponta de algum, mas se você tem realmente um amigo, você vai conseguir refazê-la.
Deixo então esse simples post para todos vocês que são meus amigos. Em especial espero poder oferecer alguma cor muito bonita para: Raq, Lu, Carol, Lie, Gui e Ma, Du, De, Si, Dan. Não que os demais não sejam importantes, mas estes sempre colocam suas cores nos meus desenhos do dia a dia.



quarta-feira, 1 de julho de 2009

Perfeição

Manhã fria de sol radiante. Ela ia para o trabalho pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. O rádio do carro estava ligado. Uma música começa a tocar.
Ela começa a pensar nas notícias de Brasília e em tudo o que anda acontecendo.

"Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões
...
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação..."


Depois vem a lembrança de que quem elege nossos governantes somos nós mesmos.

"Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...
...
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação"

E apesar de tanta informação disponível, a idéia de que persiste a pequenez dos nossos mundinhos particulares.

"Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...
Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã"

Em seguida, vem a lembrança de que ela nem sabe o nome de seu vizinho. Mas já ouviu o que anda acontecendo do outro lado do mundo. Ela acha que isso se chama indiferença e que afeta quase todas as pessoas que estão à sua volta.

"Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...
...
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...
Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
...
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação"

Mas ela pensa que sempre há algo que possa ser melhorado, mesmo que seja algo bem pequeno.
Afinal de contas era ainda o início do dia. Tudo poderia melhorar daí para frente.

"O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sobre alguém que vira código

Ela ainda existia, porém ninguém mais conseguia vê-la presente fisicamente.
Os amigos conseguiam ver que ela estava online no msn, porém nunca sabiam onde ela estava.
Os mais próximos continuavam a receber seus emails, mas não sabiam a origem física.
O celular ainda funcionava, porém ela não ligava para mais ninguém.
Fica então uma teoria: ela se transformou em bits, puro código, milhares de combinações de 1s e 0s. Matrix existe.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Vida tecnológica


Ando um tanto relapsa com este blog. E o motivo é meu trabalho. Parece que estou conectada 24 horas por dia. Estou cercada dos conceitos e de todas as tecnologias possíveis ultimamente.
Até ao Twitter eu tive que me render (peraí, só para o trabalho mesmo... Twitter pessoal, NUNCA).
São tantas siglas, termos em inglês, formas de uso que já nem sei ao certo para onde olhar.
Me sinto perdida na nuvem de TAGS que está ao meu redor.

TouchScreen, Augmented Reality, Internet, Celular, Site,

Formas de Interação, Navegador, Apple, Design Digital, Digital Signage,

Digital Year, Project Managment, Graphics, Mobile Intelligence,

Devices, Web, Interactive, Software, Multimedia, Technology.

Deixo então o link para um texto que gostei na época que li: http://www.luli.com.br/textos/artigos-revista-webdesign/design-digital-e-o-mundo-elastico/
Eu ainda volto ao normal.... um dia...
E se algum leitor for adepto do Twitter e quiser seguir: twitter.com/designdigital.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Dia dos namorados


Quase dia dos namorados novamente. Todas as vitrines saltam com seus corações vermelhos.

Sempre o vermelho. Paixão consumista, em todos os sentidos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Para casar


Para casar não bastam as juras de amor. Não bastam os passeios dos finais de semana. Não basta um mês de paixão.
Para casar tem que ter afeto. Tem que ter saudade. Tem que ter tesão.
Para casar tem que ter respeito. Tem que ter paciência. Tem que ter cheiro.
Para casar tem que ser família. Tem que ser sim. E tem que ser não.
Para casar tem que haver sonhos. Tem que haver cumplicidade. Tem que haver dois.
E se juntar um pouco de tudo isso em uma só palavra,
pode-se dizer que tem que ter amor para casar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Alívio imediato



Estava lendo um post sobre destino de uma "amiga blogueira". Depois fiquei pensando sobre algumas coisas. Ela falava sobre algo feliz que aconteceu na vida dela, sobre o destino das coisas. E desejo muitissimas felicidades a ela.
Porém, para muitas pessoas o momento não é tão feliz. E a culpa, segundo elas, é do destino.
Na verdade, eu acho que o destino está sempre a nosso favor. Nós é que não conseguimos (na maioria das vezes) ver o lado bom ou o motivo pelo qual as coisas acontecem.
Nós tentamos entender tudo a curto prazo, questão de imediatismo.
Segundo Albuquerque e Maia (2000): "... a sociedade contemporânea é marcada por uma cultura da imagem, em que o instantâneo e a busca de satisfação imediata e contínua são valores predominantes."
Sempre estamos insatisfeitos. Sempre precisamos de mais. Passamos dias em busca da grandiosidade. Gastamos energia na busca do poder, reconhecimento, dinheiro ou algo do tipo (Para quem gosta de visualizar isso de uma forma mais concreta, eu indico o filme "Click" (2006), para ser assistido de uma forma crítica).
E a música diz:
"Não vejo nada.
O que eu vejo,
não me agrada.
Não ouço nada.
O que eu ouço,
não diz nada
...
O céu é só uma promessa.
Eu tenho pressa,
Vamos nessa direção.
Atrás de um sol
Que nos aqueça
Minha cabeça
Não aguenta mais"
Mas a vida segue seu curso. E não prestamos a menor atenção nas pequenas coisas que acontecem no dia a dia. Desta forma, perdemos tudo.
Você pode ter perdido a oportunidade de ajudar uma pessoa, só com o olhar. Pode ter perdido a chance de dizer uma palavra que muda a vida de alguém. Você pode ter perdido a hora de mudar seu destino.



Referências:
MAIA, M.A.; ALBUQUERQUE, A.; GET THERE NOW! Cultura contemporânea, imediatismo e desamparo. Disponível em < http://www.geocities.com/hotsprings/villa/3170/albuquerquemaia.htm >. Acesso em 19-maio-2009.
CLICK. Filme. Columbia Pictures. 2006.
A promessa. Música. engenheiros do hawaii. Composição: Humberto Gessinger

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sobre o comando GOTO


Durante esta semana estava conversando com um amigo do tempo da graduação. Ele reclamava de uma certa infelicidade do trabalho. 
E no meio da conversa eu tiver a certeza do motivo pelo qual, em um certo momento, eu dei um "basta" em muitas coisas da minha vida. Mudei totalmente de rumo.
Lembrei do que eu sentia. É meio que um sentimento de "não ver acontecer". A vida passa e você continua ali no mesmo lugar, fazendo quase sempre as mesmas coisas. Praticamente tudo o que muda é o código (de programação de um software).
Até o momento em que você encontra no meio do código um comando "GOTO" (explico para quem não é da área de programação: esse comando faz o sistema dar um salto para um lugar especificado, tirando totalmente a linha de racíocínio lógico. Resumindo, é uma aberração)
Mas nesse momento, você para e pensa: "Peraí, se até o código pode mudar assim, de uma forma desconcertante, por que eu não posso mudar?"
Talvez seja hora de dar um "GOTO" na sua vida.

"GO TO LIFE!". 

E como diria um outro amigo muito querido, dos tempos da adolescência: "Happy happy joy joy"

"Life is what happens to you while you’re busy making other plans" - John Lennon

quarta-feira, 22 de abril de 2009

vestido e viagem

pronto.
mais duas coisas do casamento estão acertadas.

a primeira é a viagem de lua-de-mel. não vejo a hora de chegar outubro pra viajar.
e vamos ficar aqui no Brasil mesmo, aproveitando um lugar que parece muito lindo (lá para as bandas do nordeste), curtindo o serviço de praia que o resort oferece (dentre os outros serviços), sem ter que se preocupar com mais nada.

a segunda é que comprei meu vestido para o casamento. como eu não queria um vestido propriamente de noiva,  cheio dos bordados, saia rodada, etc (não tenho nada contra quem gosta disso, mas definitivamente não tem a minha cara), a melhor opção foi andar um pouquinho procurando e comprar.
eu já tinha visto para alugar em uns 4 lugares, mas o preço era absurdo (de R$ 700 a R$ 1800)... só para usar durante uma noite.
conclusão que fiz um bom negócio procurando um modelo com a minha cara. economizei uma boa grana, vou ficar do jeito que eu queria e, de quebra, o vestido é meu (posso aproveitar do jeito que for melhor depois do casamento).

pronto. agora já consigo dar os próximos passos com as coisas do casamento.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sobre tecnologia, tempo e questões da vida moderna

Há algum tempo venho pensando sobre o assunto. Agora resolvi escrever. Não posso dizer que isto é algum tipo de teoria, porque muitas pessoas já pensaram sobre isso. Depois de fazer as duas últimas postagens sobre (ou contra) o Twitter, agora resolvi apresentar o que penso sobre algumas coisas relacionadas a tecnologia, tempo e questões da vida moderna.
Ontem a noite, ao final do programa Metrópolis (TV Cultura), foi apresentado o lançamento do livro "O tempo e o cão", de Maria Rita Kehl (psicanalista e escritora). Não li o livro ainda e não sei dizer se é bom ou não. Porém, a autora cita um verso do Poema "Aproveitar o tempo", de Álvaro de Campos (um dos heterônimos de Fernando Pessoa):

"Aproveitar o tempo!  
Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.  
Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.  
Meu canto (verbalismo!) está tal como está e é triste.  
Aproveitar o tempo!  
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.  
Aproveitei-os ou não?  
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!"

Associei imediatamente esse pensamento de aproveitar ao tempo à correria da vida moderna.
Fazemos tudo e não temos tempo para nada.
Os emails são rápidos. As conversas no msn são rápidas. O dia passa sem a gente se dar conta.
Há alguns dias eu li o artigo publicado no Blog Babel - "A depressão é um sintoma da vida veloz demais":

"A adaptação à velocidade contemporânea, que atropela os processos psíquicos mais delicados, da memória, do devaneio, da fantasia, da chamada vida interior, pode ter como preço a depressão.
A velocidade cria um vazio, e não um preenchimento. Pense numa semana em que você correu muito. A gente olha e parece que não aconteceu nada, parece que só o tempo voou por cima da gente.
O que eu fiz do meu tempo? Nada, só respondi a estímulos, a demandas, e aí vem o sentimento de desvalorização da vida.
...
Qual o papel da tecnologia nisso tudo? Ela agrava o isolamento?

A tecnologia propicia muitas relações, mas sem a presença corporal. E a pulsão vital do homem só se mobiliza diante do outro corpo.
Se ficar apenas mandando mensagens ou e-mails, você pode ficar num estado de esfriamento. Não é falar mal da tecnologia, mas ela não pode substituir o presencial.
Mas o que mais chama a minha atenção é o ritmo veloz que a tecnologia imprime à vida, a velocidade com a qual ela te solicita. A internet, o celular, o trânsito te solicitam sem parar.
Quando você dirige um carro na marginal, você não pode parar de responder a estímulos externos.
A imagem do motorista na auto-pista é uma espécie de metáfora do sujeito contemporâneo.
Ele não pode ficar para trás, não pode diminuir a velocidade e tem de estar atento a todos perigos e solicitações, numa permanente rivalidade com o outro."

E depois de tudo isso, vou começar a prestar mais atenção do que faço dos meus minutos e das minhas horas. E como a tecnologia tem que influenciado a viver freneticamente. Não preciso abandonar o blog, me tornar uma "out" do mundo, mas posso ficar longe do email por um dia todo e não preciso olhar as notícias nos grandes portais de 5 em 5 minutos.

E para terminar:

Da Economia do Tempo

"Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente?" Sêneca - Cartas a Lucílio 64 d.C.


quarta-feira, 15 de abril de 2009

Twitter pode deixar pessoas insensíveis, diz estudo

Notícia no G1

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1085564-6174,00.html

Twitter pode deixar pessoas insensíveis, diz estudo

15/04/09 - 08h29 - Atualizado em 15/04/09 - 08h29


As breves e constantes atualizações disparadas pela TV e internet – em sites como o Twitter e agregadores de notícias -- podem reduzir a moral das pessoas, além de torná-las indiferentes ao sofrimento humano. A informação pertence a um estudo da University of Southern California, divulgado nesta terça-feira (14) pela CNN.

 

De acordo com a pesquisa, esse tipo de notícia é muito rápida para ser processada pelo “ritmo moral” do cérebro, podendo assim prejudicar o desenvolvimento emocional dos jovens. Isso porque antes de o cérebro “digerir” completamente a angústia e sofrimento de uma história, ele já é bombardeado por novas informações.

 

“Se as coisas acontecem de maneira muito rápida, é possível que a pessoa nunca experimente por completo as emoções relacionadas ao estado psicológico de terceiros. Isso teria implicações para a moral”, afirmou a pesquisadora Mary Helen Immordino-Yang, segundo a CNN. A pesquisa será divulgada oficialmente na próxima semana na “Proceedings of the National Academy of Sciences Online Early Edition”

Para chegar às conclusões do estudo, os especialistas analisaram como voluntários responderam a histórias reais selecionadas para estimular a admiração por virtudes e habilidades, além de compaixão por dores físicas e sociais. A análise cerebral mostrou que eles responderam rapidamente a sinais de dor física nos outros, mas levaram mais tempo para manifestar admiração e compaixão.

 

“Para alguns tipos de pensamento, especialmente decisões morais relacionadas a situações psicológicas e sociais envolvendo terceiros, precisamos de tempo suficiente para refletir”, disse Immordio-Yang.

 

De acordo com ela, o estudo questiona o custo emocional, principalmente entre os mais jovens, do uso intensivo de serviços via TV e internet de constante atualização. “Precisamos entender como a experiência social molda as interações entre o corpo e mente, para que possamos assim educar cidadãos com uma moral fortalecida.”

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Esse tal de Twitter virou febre, todo mundo querendo saber o que o resto do mundo está fazendo. Aliás esse é o slogan deles "What are you doing?". 
Ah? O que eu estou fazendo? Já chega meus superiores perguntando isso e eu tentando dar conta de tanto trabalho. 
Imagina "um zilhão" de pessoas na internet querendo saber o que estou fazendo... 
tentando dar conta do meu trabalho e  ainda tendo que contar isso para um bando de curiosos.
E no meio da minha revolta com essa estupidez de bisbilhotar a vida dos outros, li o texto do Xico Sá (aliás, recomendo o blog dele - http://carapuceiro.zip.net/)
Então faço das palavras dele as minhas (com todo o devido respeito e citação).

(postado em 29/03/2009 por Xico Sá)
NÃO ME SIGA, NÃO SOU NOVELA
“Acordei, fui ao banheiro...”
E eu com isso, meu amigo, você diria, ai na sua moita existencial, nem ai para o que se passa na vida de seu ninguém.
“Dei a descarga...”
E daí, colega, não fez mais que o recomendável pela boa educação materna.
“Bebi um copo d´água...”
Peraí, meu rapaz, que diabos eu tenho a ver com isso? Sim, eu sei, ingerir o precioso líquido nas primeiras horas da manhã é um hábito saudável, mas entorne o seu copázio lá com as suas negas, não careço de tais notícias particularíssimas, vê se me erra, camarada.
Fosse pelo menos uma daquelas garrafas do velho Anísio Santiago, aí sim, até levaria uns torresmos, um marreco, um ponche, um capote para o banquete na taverna.
“Agora suco de laranja com torradas e queijo fresco, light, claro...”
Certo, amigo, você se cuida, seguramente vai morrer cheio de saúde –pense em um defunto rosado!-, mas não carece encher o saco dos outros.
E por ai segue a narração, tintim por tintim, de tudo que se passa na vida da tal criatura. Só não comunica das suas humaníssimas ventosidades intestinais e traques do gênero. O resto vale na miudeza cotidiana.
Eis o espírito da mais nova modinha da Internet, meu jovem, o tal do twitter, que você, novidadeiro por excelência, já deve ter enfadado de ouvir falar.
A moral desta rede de relacionamentos é o troca-troca de mensagens rápidas sobre o que cada um está fazendo a cada minuto. Uma leseira monstra com milhões de seguidores do mundo inteiro. De Nova York à lan house da pracinha de Solidão, Pernambuco; do Recife a Bodocó; de BH a Veredinha; de Fortaleza aos sertões dos Inhamuns.
Tal rebuliço virtual me faz lembrar um velho conselho, ainda em voga em algumas plagas: “Mata uma galinha gorda e chama ele/ela para conversar em tua casa”.
Era apropriado às ocasiões em que as pessoas se demoravam muito ao telefone ou conversavam, por exemplo, de um carro para outro, atrapalhando o tráfego. Conveniente também quando o freguês entretinha o balconista em uma animada prosa ou a mocinha contava a sua vida inteira para a outra mocinha do guichê de atendimento público.
Sim, amigo, a mania de fazer do simples e transparente gesto de beber um copo d´água manchete dos novos tempos já possui até um verbo abrasileirado: tuitar. Eu tuito, tu tuitas, ele tuita...
É muita perobice ou não é, meu velho?
Por via das dúvidas, fica valendo a lição preventiva da filosofia do antigo pára-choque: “Não me siga, eu não sou novela.” E tenho dito.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Miss imperfeita

Recebi o texto por email. Sei que ele teve grande repercussão na internet, mas eu nunca tinha lido. Eu ainda não sou assim (infelizmente)... ainda não sou Culpa Zero.

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado,  decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário. 
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante' .
(Martha Medeiros - Jornalista e escritora)