E tudo anda devagar, como no poema de Carlos Drummond de Andrade, onde as janelas se olham.
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Tarde cinza
Antigamente, as tardes cinzas eram plúmbeas.
Hoje são apenas indisfarçavelmente cinzas
e nelas pássaros não passeiam.
Trafegam, sim, nuvens, cujo destino
o vento insiste em manter imprevisível.
Parece que vai chover e, como nunca trago o guarda-chuva,
tenho a esperar que passe o aguaceiro ou que nele eu me misture,
suor de fora juntando-se ao transpirar de dentro.
Num ritmo que meu encanto por você me dita
deixo as gotas se juntarem em minhas mãos em concha
e tenho do que beber.
Antigamente, as tardes cinzas eram plúmbeas.
Hoje são apenas indisfarçavelmente cinzas
e nelas pássaros não passeiam.
Trafegam, sim, nuvens, cujo destino
o vento insiste em manter imprevisível.
Parece que vai chover e, como nunca trago o guarda-chuva,
tenho a esperar que passe o aguaceiro ou que nele eu me misture,
suor de fora juntando-se ao transpirar de dentro.
Num ritmo que meu encanto por você me dita
deixo as gotas se juntarem em minhas mãos em concha
e tenho do que beber.
(Por:: José Eduardo Mendonça em Usina de Letras - www.usinadeletras.com.br)
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