Entre tantas atividades no dia-a-dia, algo que anda me incomodando é o quanto o celular está incorporado a essas (quase sempre na nossa mão). Fiquei pensando um bocado sobre cibridismo* e depois sobre a questão de tecnologias ubíquas (ou pervasivas).
Quando estava no doutorado, fiz uma disciplina sobre esse último assunto. O conceito base vem de um artigo de Mark Weiser, um cientista da Xerox PARC, chamado“O computador do século XXI” (1991), onde Weiser imaginou que objetos com capacidades computacionais seriam capazes de integrar-se ao ambiente, tornando-se "invisíveis", para a facilitar a realização das tarefas diárias. A a ideia era que os nosso objetos do dia-a-dia integrassem essa capacidade computacional, isto é, deixar de usar o computador para realizar algumas tarefas, como por exemplo, consultar minha agenda, que poderia estar visível na porta da geladeira.
Mas se a ideia original seria "sumir" com computador e dar capacidade computacional para nossos objetos do cotidiano, na realidade fomos por um caminho diferente.... um outro objeto assumiu o lugar do computador e transformou-se em um objeto cotidiano.
Levamos o tal substituto para todos os lugares, Na verdade ele parece "o melhor companheiro" ou um prolongamento do corpo para muita gente.
Sempre alguma notificação chamando lá na tela... e lá vai você (no caso eu mesma) largar tudo o que estava fazendo para ver o que é... porque afinal, poderia ser algo importante (rá, essa é uma boa desculpa, né?).
Ao mesmo tempo, a criança chama (ou qualquer outro ser do mundo físico) e o celular vibra. Qual você atende primeiro? Na maioria das vezes, você sai para pegar o celular e depois vai ver o que querem (e ainda pensando: nem consigo ver isso direito!).
Então comecei a sentir a quantidade de minutos do meu dia que estavam indo por "rede abaixo". E a minha concentração? cada vez mais distante... memória? uma vaga lembrança...
(e tudo isso está relacionado com o uso do celular: http://goo.gl/dOwgkJ)
Depois decidi voltar para esse blog, porque para escrever aqui eu preciso parar para pensar, me concentrar. Aqui consigo organizar melhor algumas ideias e tento torná-las explícitas.
Ainda penso sobre o que maus fazer para deixar de ser tão "online". Ainda vou melhorar mais...
vou melhorar a forma como uso a moeda mais valiosa que tenho: o tempo.
* "O cibridismo é essa experiência muito contemporânea de estar entre redes: on e offline. .. O cibridismo não são elementos da virtualidade no cotidiano – é também -, mas o que caracteriza essencialmente o cibridismo é estar entre redes. Usar o celular é uma experiência cíbrida. Você está on e offline. [Considerando] O celular hoje, no tempo do 3G, onde você está o tempo todo entre redes, entre experiência on e offline." (Beiguelman, Giselle. Citação retirada daqui: http://goo.gl/VVGMgP
Quando estava no doutorado, fiz uma disciplina sobre esse último assunto. O conceito base vem de um artigo de Mark Weiser, um cientista da Xerox PARC, chamado“O computador do século XXI” (1991), onde Weiser imaginou que objetos com capacidades computacionais seriam capazes de integrar-se ao ambiente, tornando-se "invisíveis", para a facilitar a realização das tarefas diárias. A a ideia era que os nosso objetos do dia-a-dia integrassem essa capacidade computacional, isto é, deixar de usar o computador para realizar algumas tarefas, como por exemplo, consultar minha agenda, que poderia estar visível na porta da geladeira.
Mas se a ideia original seria "sumir" com computador e dar capacidade computacional para nossos objetos do cotidiano, na realidade fomos por um caminho diferente.... um outro objeto assumiu o lugar do computador e transformou-se em um objeto cotidiano.
Levamos o tal substituto para todos os lugares, Na verdade ele parece "o melhor companheiro" ou um prolongamento do corpo para muita gente.
Sempre alguma notificação chamando lá na tela... e lá vai você (no caso eu mesma) largar tudo o que estava fazendo para ver o que é... porque afinal, poderia ser algo importante (rá, essa é uma boa desculpa, né?).
Ao mesmo tempo, a criança chama (ou qualquer outro ser do mundo físico) e o celular vibra. Qual você atende primeiro? Na maioria das vezes, você sai para pegar o celular e depois vai ver o que querem (e ainda pensando: nem consigo ver isso direito!).
Então comecei a sentir a quantidade de minutos do meu dia que estavam indo por "rede abaixo". E a minha concentração? cada vez mais distante... memória? uma vaga lembrança...
(e tudo isso está relacionado com o uso do celular: http://goo.gl/dOwgkJ)
Eu, como boa "revoltada", a partir dessa constatação, resolvi querer remar contra a maré, isso é, decidi que não quero o celular como protagonista em minhas atividades.
A primeira coisa que fiz foi desinstalar o aplicativo do Facebook (esse sabotador de tempo.... tente contar quantos minutos você passa lá olhando links, postagens, fotos, sem fazer efetivamente nada produtivo... eu contei e fiquei assustada). Depois decidi voltar para esse blog, porque para escrever aqui eu preciso parar para pensar, me concentrar. Aqui consigo organizar melhor algumas ideias e tento torná-las explícitas.
Ainda penso sobre o que maus fazer para deixar de ser tão "online". Ainda vou melhorar mais...
vou melhorar a forma como uso a moeda mais valiosa que tenho: o tempo.
* "O cibridismo é essa experiência muito contemporânea de estar entre redes: on e offline. .. O cibridismo não são elementos da virtualidade no cotidiano – é também -, mas o que caracteriza essencialmente o cibridismo é estar entre redes. Usar o celular é uma experiência cíbrida. Você está on e offline. [Considerando] O celular hoje, no tempo do 3G, onde você está o tempo todo entre redes, entre experiência on e offline." (Beiguelman, Giselle. Citação retirada daqui: http://goo.gl/VVGMgP
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