domingo, 26 de junho de 2016

Sobre a tecnologia pervasiva no nosso dia-a-dia

Entre tantas atividades no dia-a-dia, algo que anda me incomodando é o quanto o celular está incorporado a essas (quase sempre na nossa mão). Fiquei pensando um bocado sobre cibridismo* e depois sobre a questão de tecnologias ubíquas (ou pervasivas).
Quando estava no doutorado, fiz uma disciplina sobre esse último assunto. O conceito base vem de um artigo de Mark Weiser, um cientista da Xerox PARC, chamado“O computador do século XXI” (1991), onde Weiser imaginou que objetos com capacidades computacionais seriam capazes de integrar-se ao ambiente, tornando-se "invisíveis",  para a facilitar a realização das tarefas diárias. A a ideia era que os nosso objetos do dia-a-dia integrassem essa capacidade computacional, isto é, deixar de usar o computador para realizar algumas tarefas, como por exemplo, consultar minha agenda, que poderia estar visível na porta da geladeira.
Mas se a ideia original seria "sumir" com computador e dar capacidade computacional para nossos objetos do cotidiano, na realidade fomos por um caminho diferente.... um outro objeto assumiu o lugar do computador e transformou-se em um objeto cotidiano. 
Levamos o tal substituto para todos os lugares, Na verdade ele parece "o melhor companheiro" ou um prolongamento do corpo para muita gente.
Sempre alguma notificação chamando lá na tela... e lá vai você (no caso eu mesma) largar tudo o que estava fazendo para ver o que é... porque afinal, poderia ser algo importante (rá, essa é uma boa desculpa, né?). 
Ao mesmo tempo, a criança chama (ou qualquer outro ser do mundo físico) e o celular vibra. Qual você atende primeiro? Na maioria das vezes, você sai para pegar o celular e depois vai ver o que querem (e ainda pensando: nem consigo ver isso direito!).
Então comecei a sentir a quantidade de minutos do meu dia que estavam indo por "rede abaixo". E a minha concentração? cada vez mais distante... memória? uma vaga lembrança...
(e tudo isso está relacionado com o uso do celular: http://goo.gl/dOwgkJ)
Eu, como boa "revoltada", a partir dessa constatação, resolvi querer remar contra a maré, isso é, decidi que não quero o celular como protagonista em minhas atividades.
A primeira coisa que fiz foi desinstalar o aplicativo do Facebook (esse sabotador de tempo.... tente contar quantos minutos você passa lá olhando links, postagens, fotos, sem fazer efetivamente nada produtivo... eu contei e fiquei assustada). 
Depois decidi voltar para esse blog, porque para escrever aqui eu preciso parar para pensar, me concentrar. Aqui consigo organizar melhor algumas ideias e tento torná-las explícitas.
Ainda penso sobre o que maus fazer para deixar de ser tão "online". Ainda vou melhorar mais...
vou melhorar a forma como uso a moeda mais valiosa que tenho: o tempo.

*  "O cibridismo é essa experiência muito contemporânea de estar entre redes: on e offline. .. O cibridismo não são elementos da virtualidade no cotidiano – é também -, mas o que caracteriza essencialmente o cibridismo é estar entre redes. Usar o celular é uma experiência cíbrida. Você está on e offline. [Considerando] O celular hoje, no tempo do 3G, onde você está o tempo todo entre redes, entre experiência on e offline." (Beiguelman, Giselle. Citação retirada daqui: http://goo.gl/VVGMgP

domingo, 12 de junho de 2016

Tudo mudou

Engravidei quando estava na reta final do doutorado. Já tinha isso (mais ou menos) programado. Queria terminar o doutorado, ter meu primeiro(a) filho(a) e tirar um período sabático para a maternidade.
E tudo foi (quase) assim. Acabei engravidando de gêmeos (um casal... pelo que ouço, é o sonho de quase toda mulher que quer ser mãe). Gravidez tranquila (saúde física) e o mais tranquila que poderia ser no fator psicológica para um doutoranda na reta final.
O doutorado eu finalizei em agosto/2012 e naquele momento eu achava que era a coisa mais difícil que tinha feito na vida. Mal sabia o que ainda viria pela frente.
A maternidade me transformou em tudo. Foi uma daquelas fases de crescimento intenso. Eu morri e renasci. E digo que nada foi simples desde o nascimento deles.
Em novembro/2012, meus pequenos chegaram do lado de cá, em uma cesárea de emergência nas 34 semanas de gestação, devido a restrição de crescimento intrauterina do meu menino.
Nada foi como eu queria. Eu, que estava decidida a ter um parto mais humanizado que eu conseguisse na região que eu morava, enfrentei uma cesárea, nada humanizada, com medo de nem ver meu menino, que poderia ser levado às pressas para a UTI Neonatal. Claro que ouvir o choro dos dois foi o mais emocionante.
Mas meu primeiro choro como mãe foi ainda na sala de recuperação (onde fiquei algum tempo completamente sozinha, até me recuperar da anestesia) e foi por vários motivos, todos misturados em apenas alguns segundos: ao ouvir da pediatra que meu filho não ia precisar da UTI (aqui alegria), que eles estavam bem no berçário e já tinha tomado um 'mamazinho' (aqui de uma tristeza profunda, porque eu queria que a primeira coisa que eles tivessem fosse o meu peito... e esse 'mamazinho' teve consequências sérias na vida deles) e, por fim, que minha menina iria precisar de uma atenção especial, porque ela tinha fissura de palato. Nesse momento um buraco se abriu, eu cai por alguns milésimos de segundos e voltei a mim, já tentando resolver o problema, dizendo para a pediatra que ela seria tratada no Centrinho de Bauru (hospital de referência para esses casos).
Depois disso foram muitas outras batalhas e muitos outros choros da nova mãe: 1 mês de internação com eles no quarto, minha menina com sonda nasogástrica, meu menino pequenino que não ganhava peso, Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV) dos dois (desencadeado pelo 'mamazinho' na maternidade)... tudo isso somado aos problemas "habituais" de uma mãe gemelar de primeira viagem.
Depois de um início de maternidade bem conturbado (e o primeiro ano das crianças que parece ter durado três), hoje eu consigo olhar, ver esse período como sabático e quantas mudanças ele me trouxe.
A partir disso acho que sou outra pessoa... pelo menos um pouquinho melhor do que antes.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Tentando voltar às origens - atualização de status

Depois de tanto tempo, hoje resolvi abrir o blog novamente. Li muita coisa, ri de muitas, relembrei de coisas que já não lembrava mais.
Acho que a primeira coisa que penso em publicar aqui é uma rápida atualização de status. Depois da vida de pós-graduanda, muita coisa já mudou. A última postagem (maio/2012) contava que eu estava grávida... (suspiro)... o tempo passa rápido demais e a gente não percebe.
  • Doutorado: concluído em Agosto/2012 (defendido com um barrigão)
  • Gravidez: gemelar, de um casal, muito tranquila até as 34 semanas, quando tive que ir para uma cesárea de emergência devido a restrição de crescimento intra-uterino do meu menino
  • Nascimento das crianças: Início de novembro/2012. Marília e Guillermo atualmente estão 3 anos e meio
  • Casamento: vai muito bem, obrigada
  • Status profissional: professora de uma universidade federal no estado de MG (desde setembro/2014)
No momento, sem tempo para muita coisa. Mas vou voltar aqui e escrever com mais frequência, porque estou um tanto cansada de redes sociais (cheguei a conclusão que elas me cansam). Aqui posso publicar pensamentos um pouco mais elaborados, que tomam mais tempo (ah... o tempo.... tempo que passa... tempo que não temos... divagação sobre o tempo). Só que neste exato momento, o tempo para finalizar as atividades do semestre é bem curto. Então primeiro as obrigações, depois postagens aqui.